Civismo

Hoje ia eu muito animada no autocarro das 7:30 (foi do café!) quando ele de repente pára a meio caminho. É que houve um sujeito qualquer se se sentiu mal e pediu para sair. Até ai tudo bem, o homem saiu amparado por duas pessoas, meio pálido e sentou-se no chão (eu até tive pena dele porque estava muito, muito frio! e ainda pensei ir ajudá-lo - afinal de contas sirvo para quê?? - mas depois lembrei-me que não ia perceber metade). Ora o que eu não estava à espera foi que o próprio condutor do autocarro o fosse ajudar até chegarem os bombeiros! Por incrível que pareça, todas as pessoas desceram ordenadamente do autocarro e foram esperar pelo seguinte numa paragem a uns 100 metros de distância. Não ouvi qualquer resmunguice como seria de esperar em plena Lisboa (e sim, o meu francês ia captar isso!!). Não houveram comentários desagradáveis nem incomodados, houve sim uma solidariedade que não julguei que fosse possível. Ninguém pôs em causa o facto de ficar sem transporte - em plena hora de ponta! - perante uma pessoa que se tinha sentido mal e que tinha feito parar o autocarro. O autocarro que chegou de seguida ficou rapidamente apinhado (eu já não consegui entrar) e não tive outra alternativa senão voltar para o meu, que prosseguiu o seu caminho ao fim de uma meia hora no total. Isto se fosse com os alfacinhas era logo frases corrosivas atiradas bem alto para se ouvir em toda a extensão do transporte, acompanhadas por comentários infelizes e redundantes das velhinhas e outros que tais!...