quarta-feira, 17 de setembro de 2008

The day after

Já passou imenso tempo desde a última vez que escrevi... apesar de nunca mais "ter dito" nada, nunca me esqueci que este espaço existia e o quanto significa para mim. Acho que nunca pensei seriamente se devia continuá-lo ou não; a verdade é que ele foi o espelho de uma fase, um lugar para desabafos, um diário muito pouco secreto mas que durante a minha estada em Paris fazia sentido manter. Agora que voltámos à "real life" não sei se terei muito para contar!.. De qualquer das formas, para os (poucos) que ainda se devem manter fiéis apesar da minha ausência, vou fazer um breve apanhado destes 2 meses de verão.

Logo 1 semana após chegar, e como sabia que todos os meus amigos ainda se encontravam em aulas e portanto eu iria estar provavelmente sozinha, comecei um estágio no Hospital Santa Maria na área da Reprodução Medicamente Assistida, e outro de Otorrino. Se o primeiro (embora seja a minha área de eleição) não me entusiasmou, não posso dizer o mesmo do segundo. Aprendi, participei e queixei-me imenso, claro, face às diferenças que já começava a sentir em relação ao tipo de ensino praticado cá em Portugal. Se algum "superior" meu algum dia ler isto então deixo o recado: por favor, deem-nos mais independência e responsabilidade!

Nos entretantos aproveitei para estar com os meus amigos habituais, e tenho de confessar o bem que soube voltar ao meu grupo e aos disparates do costume de forma mais definitiva. Após um ano, acho que não posso dizer que tenhamos ganho alguma maturidade, feliz ou infelizmente. Continuamos a ser simplesmente nós, tal como sempre.

Apesar de ter andado o ano todo "fora", passado quase 1 mês após ter chegado foi tempo de fazer uma viagem desta vez mais curta (de apenas uma semana) ao Egipto. Em familia, andei pelo Cairo, onde vi as Pirâmides de Gizé e depois fizemos um cruzeiro no Nilo desde Luxor (zona do Vale dos Reis e dos grandes templos de Luxor e Karnak) até Assuão. Depois disso estive 2 semanas no Algarve e mais 3 dias em Évora, em casa da Sílvia.

As aulas começaram na segunda feira, dia 15. Foi óptimo voltar à minha faculdade e ver as minhas amigas. É engraçado como gostei de rever pessoas do meu ano que são apenas "conhecidas", pessoas com quem se costumam trocar apenas dois dedos de conversa. Acho que posso dizer que somos uma enorme familia, daquelas que tem tios-avós e primos-esquerdos-esquerdos que só se vêm uma ou duas vezes por ano mas que nessa altura adoram estar juntas porque é isso que torna o momento especial.
Os caloiros também já começaram a chegar, para se matricularem no 1º ano... é uma sensação tão estranha vê-los desta vez. Estive ausente um ano mas parece que foi mais do que isso. Eu que sempre fui participante inabalável das praxes este ano não me sinto capaz, parece que perdi a vontade e "talento" lol. Nem mesmo ver os meus colegas mais novos trajados, a maior parte deles praxados por mim em anos anteriores, me dá vontade de recomeçar. Parece que não me enquadro. E pior do que isso, eles parecem todos tão novos... os anos passaram sem dar-mos conta e não sei como é que já cheguei ao 5º ano.

Em relação a Paris.... penso em Paris todos os dias. Paris faz parte de mim mais do que cheguei a pensar possível. Paris faz parte de mim mais agora do que antes talvez. O "síndrome de abstinência" tem sido duro e inevitável, após um corte tão radical com algo que apesar de nos fazer sofrer também deu tanto prazer. Paris surge inesperadamente em cada conversa, em cada comparação, em cada sonho. Sonho com Paris, sonho que estou em Paris, sonho que voltei a Paris ou que nunca a deixei. Sonho com a residência e com os meus amigos, sonho com visitas e despedidas. Damos sempre mais valor às coisas quando as perdemos... e é tão verdade. Daniel, deves ficar desiludido ao saber que nunca mais cozinhei! E Fernando, desculpa se não disse nada por tanto tempo.. por onde andas? Por cá, já revi a Cata, a Iolanda, a Joana, a Mariana, a Xana, o iNeca! e o Ivan, o nosso Pedro dj, a Sílvia, o Nélson, o Dr.João e o Dr.Simão... mas nunca vai voltar a ser o mesmo. Também tentei ir ao Porto. Tenho saudades da Sara e do Luís, da Inês, da Racks e da Catarina, da Rita e do Gonçalo.. da Vanessa e da Liliana! Da "Ana Maia Fontes" e do Pedro e do Pedrocas. Como vão os nossos "brasileiros" e os nossos músicos? O David? Por onde andará a Maria Elena? O LHC vai-se portar bem, não é João?!. O que estarão a fazer o Samuel e o Behrang, a Sofia e a Marta? Sandro, já acabaste a tese?!..
Paris, assim como vocês todos, farão sempre parte de mim. Porque Paris foi fantástico.

11 comentários:

Alex disse...

Eu continuo fiel, sempre =). E olha lá: pq Dr. Simão e Dr. João e não Dr.ª Xana? É só por ser de Santa Maria :P? Tou a brincar, não gosto dessa designação antes de tempo ;)!

Andreia disse...

lol!...
1º - não me lembrei!!! se reparares a lista começa com o pessoal que esteve no jantar no bairro, que foi quem me lembrei primeiro!
2º - o teu nome não acaba em -ão portanto depois nao ficava bem!! :p

Anónimo disse...

Ola Andreia,
Neste momento exercito a minha veia de escritor de tese de PhD algures em Glasgow.
Nao e propriamente poesia... eu chamar-lhe-ia "mass production".
Gosto de ler o teu blog. Acho que devias mante-lo.
Se nao tiveres muito que contar no dia-a-dia, sempre podes por umas fotos e um comentario breve delas: assim garantes a fidelidade dos "clientes" do teu blog!
Um abraco grande!

Andreia disse...

Fernando, ja viste o diamante do Lesotho?? "Categoria D-IF+"?

Anónimo disse...

Uma beleza de pedra!
Eu estive na mina deles em Letseng no ano passado quando eles encontraram um D-IF de 493 carats, outra pedra excepcional que foi comprada em bruto pela Graff por 10.4 milhoes de dolares.
Gostava de um dia saber o preco daquela pedra depois de lapidada, mas acho que isso nunca vai ser tornado publico...
Podes dar uma olhada ao site deles em www.graffdiamonds.com e ir a parte que diz "Our Jewels". A pedra que eu vi chama-se Letseng Legacy.

Anónimo disse...

Fogo oh fofinha, estava aqui a medir a febre enquanto lia aqui a conversa dos diamantes,
e já estou quase nos 38º outra vez... e tu sabes
bem porquê...

Andreia disse...

pois sei, é porque te recusas a fazer a medicação. Nada que uns comprimidos bem dados não resolvam :p

Oh Fernado, que grande calhau! É quase do tamanho da testa da moça :o Explica-me só uma coisa, porque é que eles depois de lapidados ainda ganham valor se no processo perdem massa bruta?.. (stupid question...)

Anónimo disse...

Em bruto, um diamante (e, na verdade, qualquer pedra preciosa) brilha tanto como um grao de areia.
Ora, depois de cortado e polido, o diamante tem uma propriedade optica unica: decompoe a luz visivel (branca) em todas as cores do espectro.
Esse e o motivo pelo qual uma mulher nao daria grande valor a um anel de noivado com um diamante grande, mas em bruto.
No entanto, se lhe for oferecida uma pedra com metade do tamanho, mas incomparavelmente mais brilhante, a mulher nao so lhe atribui um valor sentimental muito superior, mas tambem fica com a nocao (errada) de que o material original teria mais qualidade e, por isso, um preco muito superior.
Em resumo: um diamante pequeno lapidado "parece" mais valioso do que um grande em bruto e, por isso, a industria pede mais dinheiro por ele.
Parece marketing da treta mas sabes que mais: as pessoas (especialmente as milheres) continuam a cair na conversa como patinhos...

Andreia disse...

LOL eu não caio nessa conversa porque não tenho dinheiro para os comprar XD mas olha que há lá uns naquele site bem bonitos!!

Midnight in Lisbon disse...

E' assim.. o meu nome não aparece em nenhum lado deste post.
Exijo um dedicado só a mim !
ok, posso partilhá.lo com um nome masculino começado por L :p

Foi óptimo rever.te ! =) * *

Andreia disse...

cala-te pah, ali diz bem Sara e Luis!!