segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Primeiro fim-de-semana, primeiras impressões…

E aqui estou eu, em Paris. Passaram quase 48h, que na verdade não são mais do que dois dias inteiros e uma noite pelo meio, mas já aconteceu tanta coisa entretanto que acho que já posso divagar ligeiramente.

As primeiras impressões posso dizer que são fantásticas… a Cité Internationale Universitaire de Paris (CIUP), que é onde estou hospedada, é um campus universitário enorme que ocupa todo um quarteirão, sendo ocupado por pelo menos 37 casas (ou maisons) de diferentes nacionalidades e com as mais diversas arquitecturas que tentam, dentro do possível, representar o seu país. Ao centro temos a Maison International, imponente e palaciana, onde estão as informações gerais para os recém-chegados, o banco e a biblioteca principal, a piscina, o teatro e a cantina. Os exteriores são magníficos e transformam a cité numa verdadeira cidade dentro da cidade. Os relvados extendem-se por todo o campus, sendo acompanhados de árvores e arbustos. Diariamente, grupos de pessoas juntam-se frente à Maison Internationale sentados e deitados nas relvas, a conversar, ler ou simplesmente dormir (sim, tal e qual como nos filmes!!!), e ao fundo há a igreja da cite. O verde dos jardins, a frescura e a calma (porque na cité torna-se praticamente impossível ouvir o ruído do trânsito e a confusão exterior) tornam-se extremamente convidativas à prática de jogging e outros desportos, e é comum ver a qualquer hora do dia dezenas de pessoas a correr em pequenos grupos e a jogar ténis ou à bola. A cité é tudo o que se poderia imaginar e muito, muito mais. É algo pensado de raiz, extremamente bem estruturado, em que tudo tem o seu espaço bem definido mas que no conjunto demonstra uma harmonia difícil de explicar por palavras.
Mas (e tudo tem o seu mas!...) em relação à Maison André de Gouveia (Maison du Portugal) a história já é outra. A minha residência foi construída por volta de 1960 com o apoio da Fundação Calouste Gulbenkian e portanto segue o seu estilo simples e minimalista. Tem sido alvo nos últimos anos de uma renovação intensa, que passou, tanto quanto sei, não só pela reabilitação de todos os quartos (que passaram a ter casa de banho) como também dos espaços comuns. O edifício é cinzento e à entrada estão a construir uma calçada portuguesa como pavimento. Até aqui tudo bem, mas gostava de saber quem é que teve a ideia de pintar o hall de entrada (que parece a entrada num armazém!!!) de vermelho, as paredes dos corredores, escadas e as portas de preto (????!!!!) e as paredes inteiras de cada piso de cores como o grená ou o castanho!!!. Aqui só escapa mesmo a cozinha e até essa tem o seu quê de preto, mas cujas paredes são brancas e com alguns azulejos. Os espaços comuns são ainda inexistentes mas consta que estarão prontos por Novembro.
O meu quarto é pequeno mas torna-se acolhedor. A cor dominante é o branco e o laranja (a cor de cada porta identifica logo a cor dos armários, portanto imaginem quem tem portas castanhas ou grenás….), tem uma cama junto à janela, uma mesa uma prateleira e um pequeno frigorifico. Quando cheguei até fui carinhosamente recebida por uns 20 mini-mosquitos mortos em cima da minha cama e então do cobertor nem falar, parece que andaram a usar um “aparador” directamente em cima dele…… acho que vou ter de comprar um novo porque ao que parece o mal é geral. A casa de banho tem ladrilhos pequenos em azul e duche.

As refeições têm sido feitas na cantina principal (e já estou farta de comer hambúrguer!) e o preço é o habitual, 2.80€. Ontem ainda fui passear pelo Jardim Montsouris, que é mesmo em frente à cité e que não tem comparação com nenhum dos que conheça em Lisboa. Estava a decorrer a festa das flores e mais uma vez se viam as pessoas deitadas pela relva e dezenas de crianças a correr (a natalidade parece estar em alta por cá!). Depois fui ao supermercado e à noite ao cinema, ver um filme em francês que de certeza que teria sido um filme fantástico caso não tivesse adormecido logo após os 20 minutos de publicidade iniciais… Hoje fui até à faculdade, outro esticão porque não sabia onde era, mas vim a descobrir que está a apenas 15 – 20 min a pé e que até tem um autocarro que pára na mesma avenida. Agora à noite comecei finalmente a conhecer as pessoas da residência, que está ocupada em 70% por portugueses. O ponto de encontro é na cozinha do 3º andar, o “piso social” como lhe chamam, e cada um pode servir-se do que é feito pelos outros à vontade. Ainda hoje chegou um italiano e saíram 20 pizzas feitas totalmente à mão e que estavam deliciosas! Há estudantes não só de erasmus mas também de mestrado, doutoramento ou simplesmente a fazer estágio. Há inclusivamente pessoas que já cá estão vai para dois anos. Há franceses, uma japonesa, um peruano, um sérvio, um alemão e outras tantas nacionalidades certamente….

E, por agora, é tudo… e ala dormir que se faz tarde e Paris não espera por ninguém!

3 comentários:

Anónimo disse...

Que oinveja k tudo isso faz...Um campus tal qual aqueles que vemos nos filmes, com relva e so estudantes por todo o lado, a conviver, de diferentes cursos e nacionalidades!!És uma sortuda gaja!!Beijinhos mt mt grandes

Li disse...

Olá! Também estou a pensar hospedar-me na maison du Portugal no proximo ano. Será que me podias dar o teu e-mail? gostaria de fazer algumas questões sobre o campus...Obrigada!

Andreia disse...

Olá liliana!
desculpa mas não reparei que tinha recebido um comment aqui no blog... não tenho o sistema de alerta automático ligado.

Acho que o meu contacto está na própria estrutura do site, mas de qualquer das formas podes mandar-me um email para o Andreia.santoscastro@gmail.com

Se quiseres podes também adicionar-me ao messenger sem problemas, assim falamos melhor: Andreia_4@hotmail.com

Beijinhos **